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Crise Econômica: o momento atual é pra pânico?

Que o momento atual é desafiador não restam dúvidas. Um misto de instabilidades: política, econômica, sanitária e psicológica, que colocam em xeque o otimismo ora vivido no início do ano pelo mercado, que vislumbrava uma recuperação do PIB frente às perdas ocorridas na crise político-econômica no período de 2014 a 2016, que ainda não tinham sido compensadas nos anos seguintes.


Segundo apuração do IBGE, o primeiro trimestre do ano sofreu uma queda de 1,5% do PIB (comparado ao quarto trimestre de 2019), na série com ajuste sazonal, refletindo os primeiros impactos da Pandemia e de acordo com reportagem do Jornal Valor Econômico em 01/06/20, especialistas do mercado preveem uma contração de 6,25% do PIB no ano, o que pode representar a maior crise histórica já vivida no Brasil. O maior declínio observado, desde 1901, quando começou o levantamento mais confiável do indicador, foi de 4,35% e ocorreu em 1990.

PIB BRASILEIRO 2009 – 2019 – FONTE: GAZETA DO POVO


O PIB é um dos mais importantes indicadores da economia e representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, durante um período determinado. Dois trimestres seguidos de queda no PIB indicam tecnicamente uma recessão, ou seja, uma diminuição da atividade econômica, que implica em redução da produção industrial, do consumo de produtos e serviços, da diminuição das rendas das famílias, do índice de empregabilidade, que a propósito está em  12,2% de acordo com a última apuração do IBGE e deve crescer nos próximos meses, chegando a 17,8% até o final do ano, de acordo com previsão da FGV. Esta previsão também indica a maior alta desde os anos 1980 quando a pesquisa foi iniciada pela Fundação.


No início dessa semana, uma boa notícia, a bolsa de valores brasileira fechou em alta, motivada especialmente pela articulação política exercida por Jair Bolsonaro, de aproximação do “Centrão”, o que indica uma diminuição do risco do presidente vir a sofrer um processo de impeachment, o que é bem visto pelos investidores. Além disso, a valorização das ações dos bancos Itaú Unibanco e Bradesco colaboraram para o resultado positivo do IBOVESPA.

Com este breve cenário em mente, talvez você se pergunte: e agora o que faço com essas informações? Bom, na realidade, não há nada que você possa fazer para segurar uma contração econômica. Veja que é difícil prever até quando essa pandemia irá durar e quais os efeitos reais ela trará a nível global, nacional ou local, como o governo irá se posicionar, como as empresas irão se reinventar e como o mercado irá reagir diante de tudo isso.


O que lhe resta neste momento é fazer o que lhe cabe: tomar consciência da situação atual e agir, e um bom começo é pela gestão da sua vida financeira de acordo com a sua realidade. Pra quem foi demitido, entrar no modo de contenção, para cobrir despesas essenciais é uma atitude inteligente. Quem continua empregado ou mesmo autônomos que continuam extraindo renda de seus negócios, e ainda não montaram sua reserva de emergência, agora é um bom momento para pensar nisso.


É possível observar que este cenário de incertezas faz com que alguns se paralisem diante dos fatos: o medo do vírus, o medo do desemprego, o medo do caos. E sem atitudes, não usufruem dos frutos que suas próprias ações podem trazer. O medo é uma emoção de defesa do nosso organismo que sinaliza uma situação de “perigo”. Essa emoção, no entanto, é uma defesa, que nos motiva a fugir ou lutar! Essa crise, assim como outras já enfrentadas, certamente irá passar, a pergunta que fica é, como você planeja enfrentá-la?


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Grazielle Andrade

Blog Com a Grana Toda

Educadora Financeira e Coach

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