Ficou modal agradecer os favores que recebemos com o termo “gratidão” no lugar de “obrigado”, percebeu isso? Mas há diferença entre essas afirmações? A resposta é sim! Acompanhe aqui para saber mais!
Que o uso da palavra virou tendência e invadiu as redes sociais em forma de hashtags isso é incontestável. Conferi no Instagram e são mais de 28 milhões de posts com o termo e suas variações. Os mais adaptáveis gostaram e passaram a surfar na onda, adotando o uso, já os mais conservadores torceram o nariz e acharam estranho…
Analogias à parte, entender a essência da Gratidão, pra mim foi uma das coisas mais gratificantes que me ocorreu, num conceito que extrapola a definição do dicionário, que vai além da retribuição por algo bom que foi recebido, mas que desmonta a lógica do merecimento.
“É o olhar iluminado diante da vida numa perspectiva qualificada”. Essa é a definição de Ed René Kivitz!
E que postura qualificada seria essa? É agradecer por aquilo que reconhecemos como não sendo mérito nosso. Não produzimos o ar, a água, a terra, mas eles estão disponíveis para nos suprir e não temos a mínima condição de retribuir. Só nos resta ser gratos…
A questão central é que muitas vezes não valorizamos o bem que recebemos por estarmos presos na cultura do mérito, da cobrança, do crédito e débito, do direito e do dever, e então a vida passa e não damos atenção àquilo que recebemos de graça e as oportunidades se vão!
E é no campo das oportunidades que deixamos de aproveitar os benefícios que a vida nos traz e impacta também o nosso financeiro. Acabamos nos fechando para recebermos apenas aquilo que nos julgamos merecedores e menosprezamos a “graça”! Chega a hora de você contribuir com algo especial de “valor” e você se julga incapaz, já que se arraigou à lógica do mérito.
É como disse Warren Buffet, “por “alguma razão as pessoas se baseiam nos preços e não nos valores. Preço é que você paga! Valor é o que você leva”!
Na contramão da gratidão está a “reclamação”. No dicionário reclamar é reivindicar, exigir o que lhe pertence por direito! É o mérito falando alto!
É errado então reivindicar os seus direitos? Claro que não! Não é errado e nem imoral! Mas há um problema em torno disso que pode te sabotar e acho importante que saiba!
A engenharia do nosso cérebro é programada para funcionarmos no automático. Assim, se adotamos um modus operandi de reclamação passamos a reagir com base em nossas percepções negativas. A frustração e a raiva decorrentes da reclamação fazem com que o nosso organismo libere cortisol, o hormônio do estresse, abrindo portas para o enfraquecimento do sistema imunológico, aumento da pressão arterial e até problemas com aprendizagem e memória.
De outro lado, o sentimento de gratidão libera dopamina, que ativa o nosso sistema cerebral de recompensa e com isso sentimos satisfação e bem estar. Libera também ocitocina, o hormônio do afeto, que traz tranquilidade, reduz a ansiedade, a fobia e o medo. Que farmácia natural, heim!
Agora revelo à você, que por falta de consciência dessa verdade acerca da gratidão, por um longo tempo em minha vida respondi “obrigada”, para além da formalidade e do agradecimento, com um viés de vaidade e orgulho, na convicção de que deveria retribuir o favor recebido, dando demasiada atenção à lógica do mérito, e do “não ficar devendo favor a ninguém” e muitas vezes isso foi pesado. Até que finalmente compreendi que a gratidão deixa a vida leve!
E para finalizar trago outra frase de Ed René Kivitz!
“Ser grato é tirar dos ombros o peso desesperador de fazer a vida acontecer”!
Ela já está acontecendo agora, exatamente neste momento! Por isso, minha sugestão a você é que ao invés de reclamar escolha ser grato!
Grazielle Andrade
Blog "Com a Grana Toda"
Educadora Financeira e Coach